O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) dá início a uma jornada de reflexão e celebração das múltiplas faces da diversidade. Com a inauguração de duas exposições significativas, “Gran Fury: Arte Não é o Bastante” e uma mostra dedicada à obra de Masi Mamani/Bartolina Xixa, o MASP destaca seu compromisso com a exploração das histórias da diversidade ao longo de 2024.
A exposição “Gran Fury: Arte Não é o Bastante” traz ao Brasil, pela primeira vez, o trabalho provocativo do coletivo norte-americano Gran Fury. Conhecido por seu ativismo vibrante durante a crise da AIDS nos Estados Unidos nas décadas de 80 e 90, o coletivo utiliza a arte como um veículo para o ativismo social e político. Sob a curadoria de André Mesquita, com assistência de David Ribeiro, a mostra reúne 77 obras que exploram a urgência e a necessidade de ação diante de uma das mais devastadoras crises de saúde pública do século XX.
Paralelamente, o MASP apresenta na sala de vídeo obras de Masi Mamani/Bartolina Xixa, uma artista argentina que reivindica a representatividade e a visibilidade da comunidade LGBTQIA+ nos Andes argentinos. Incorporando elementos da cultura indígena andina, Mamani transforma a arte drag em um poderoso manifesto de resistência e identidade cultural ancestral. A curadoria desta seção fica por conta de Matheus de Andrade, que destaca a relevância da obra de Mamani no contexto das discussões contemporâneas sobre gênero, identidade e colonialismo.
As exposições inauguradas são apenas o começo de uma série de atividades que o MASP promoverá ao longo do ano, incluindo cursos, palestras, oficinas e seminários, todos convergindo para o tema das Histórias da Diversidade LGBTQIA+. Este esforço reafirma o compromisso do museu com a promoção de narrativas inclusivas e diversificadas, reconhecendo a arte como uma ferramenta essencial para o diálogo social e a transformação.
Desde 2016, o MASP tem dedicado cada ano a um tema específico, explorando as “histórias” através de uma lente mais abrangente e inclusiva. Este ano, ao colocar as Histórias da Diversidade LGBTQIA+ em destaque, o museu não apenas celebra a riqueza das experiências humanas mas também se posiciona como um espaço de acoahimento e reflexão sobre os desafios e conquistas das comunidades representadas.
Com a abertura destas exposições, o MASP convida o público a mergulhar em narrativas que, embora possam ser marcadas pela luta e pelo ativismo, são também histórias de amor, resistência e esperança. A arte, mais uma vez, prova ser um bastião contra a indiferença, um espaço onde o diálogo e a compreensão podem florescer.
Sobre o MASP: Fundado em 1947, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand é um dos mais importantes museus de arte do Brasil e da América Latina. Com um acervo que inclui obras de renomados artistas brasileiros e internacionais, o MASP é reconhecido por sua arquitetura icônica e por sua abordagem progressista na curadoria de exposições que desafiam e expandem as fronteiras da arte e da cultura.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL