O Ministério da Saúde anuncia uma mudança significativa na luta contra o HPV no Brasil, declarando que crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos que receberam uma única dose da vacina estão agora adequadamente imunizados. Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunização, destacou em entrevista à TV Brasil que a decisão é sustentada por pesquisas recentes e pelas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), visando intensificar o combate ao câncer de colo do útero, consequência direta da infecção por HPV.
“Ajustar o esquema vacinal para uma dose é um passo estratégico que visa simplificar o processo e melhorar a adesão vacinal no país”, explica Gatti. Essa medida é resultado de uma avaliação técnica minuciosa, que contou com a participação de especialistas e sociedades médicas. A expectativa é que, com essa simplificação, a cobertura vacinal no Brasil aumente significativamente, permitindo um melhor aproveitamento dos estoques de vacinas disponíveis e ampliando o alcance da imunização.
Para garantir a efetividade dessa nova estratégia, o Ministério da Saúde convoca os estados e municípios a realizarem uma busca ativa por crianças e adolescentes de 9 a 19 anos que ainda não tenham sido vacinados. A partir da publicação oficial da nota técnica, indivíduos que já receberam uma dose da vacina são considerados completamente imunizados, e aqueles que procurarem vacinação doravante necessitarão apenas de uma dose para a proteção efetiva.
A vacinação contra o HPV é um componente crucial das políticas públicas de saúde, disponível gratuitamente em todos os postos de saúde do país. A desinformação, no entanto, tem sido um obstáculo, com fake news impactando negativamente a percepção pública sobre a vacinação. Gatti ressalta o trabalho contínuo para restaurar a confiança nas vacinas, lembrando que a imunização contra o HPV salva vidas, previne o câncer e está acessível pelo SUS.
A mudança para o esquema de dose única é aplaudida por especialistas, como Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que vê na estratégia uma resposta adequada à tendência global. Países como Austrália, Escócia e Dinamarca já adotaram a dose única com sucesso, reduzindo drasticamente a circulação do vírus e a incidência de câncer relacionado ao HPV.
A vacinação é recomendada para meninos e meninas de 9 a 14 anos, além de grupos específicos com risco elevado de infecção por HPV. A doença, que é a infecção sexualmente transmissível mais comum globalmente, representa um risco significativo para o desenvolvimento do câncer de colo do útero. Estima-se que 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com essa forma de câncer anualmente no Brasil, reforçando a importância da prevenção e da vacinação eficaz.
Com a implementação do esquema de dose única, o Brasil reafirma seu compromisso com a saúde pública e a prevenção de doenças, adotando uma abordagem baseada em evidências e recomendações internacionais para proteger sua população.
Fonte: Agência Brasil