A mais recente pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), conhecida como Radar Febraban, revelou que uma parcela significativa dos brasileiros mantém um otimismo cauteloso em relação às perspectivas econômicas do país para o ano de 2024. Realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 28 de junho a 4 de julho, o levantamento envolveu 2 mil pessoas em todas as regiões do Brasil.
Segundo os dados coletados, 46% dos entrevistados acreditam que o país melhorou em comparação ao ano anterior, mantendo-se estável em relação à pesquisa anterior. Outros 31% percebem que o cenário permanece inalterado. Essa percepção positiva se estende também para as expectativas futuras, com 55% dos entrevistados esperando uma melhora nas condições gerais do país até o final do ano, enquanto 23% preveem que tudo permanecerá na mesma situação.
Contudo, a pesquisa destacou que a inflação continua sendo uma preocupação central para a maioria dos brasileiros, com 73% dos entrevistados relatando um aumento nos preços dos produtos nos últimos seis meses. Apenas 8% perceberam uma queda nos preços, enquanto 1% considerou que a inflação se manteve estável.
Antonio Lavareda, sociólogo e cientista político, presidente do Conselho Científico do Ipespe, comentou sobre o paradoxo entre o otimismo em relação à melhora geral do país e a preocupação com os custos crescentes: “Os brasileiros expressam esperança de que a situação econômica melhore, mas são conscientes das pressões inflacionárias que continuam afetando o poder de compra”.
A pesquisa também revelou insights sobre as perspectivas pessoais e familiares dos entrevistados. Cerca de 42% consideram que a vida pessoal e familiar está igual ao ano anterior, enquanto 39% percebem uma melhora e 19% observam uma piora. Para o restante de 2024, 67% acreditam que suas condições pessoais e familiares irão melhorar, enquanto as expectativas sobre endividamento mostram que 38% esperam reduzir suas dívidas em relação ao ano passado, 36% preveem manter o mesmo nível e 23% antecipam um aumento no endividamento.
Quanto às expectativas de mercado, a pesquisa indicou que a maioria dos entrevistados espera aumentos nos índices econômicos-chave. Cerca de 59% preveem aumento na inflação e no custo de vida, mesmo percentual para aqueles que esperam aumento em suas próprias dívidas. Além disso, 58% acreditam que os impostos irão aumentar e 50% esperam um aumento nas taxas de juros.
No campo dos investimentos pessoais, a pesquisa mostrou que mais da metade dos brasileiros (53%) investiriam em moradia se tivessem recursos disponíveis, seja para compra (34%) ou reforma (19%). Outros destinos para investimentos incluem aplicações financeiras em bancos (46%), educação pessoal (12%), viagens (8%), compra de veículos (carros e motos), eletrodomésticos, eletrônicos, planos de saúde e seguros.
Fonte: Agência Brasil