A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), realizada em 2024, atingiu um novo marco, distribuindo um recorde de 81.153 medalhas de ouro, prata e bronze a estudantes de todos os estados do Brasil. A palavra-chave de foco, “Olimpíada Brasileira de Astronomia”, destaca a importância deste evento para o incentivo à educação científica no país. Este número representa um aumento de aproximadamente 38% em relação ao ano anterior, com quase metade das medalhas sendo conquistadas por alunos de escolas públicas (39.200), reafirmando o impacto social do programa.
João Batista Garcia Canalle, astrônomo e coordenador da OBA e da Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), destacou a relevância das olimpíadas científicas para a formação acadêmica. “Por exemplo, há instituições de ensino superior que estão disponibilizando vagas e bolsas para medalhistas olímpicos que estão concluindo o ensino médio, como o Centro Universitário Facens, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), entre outras”, explicou Canalle. Segundo ele, essa é uma oportunidade única para que esses jovens talentosos avancem na carreira acadêmica com apoio de grandes universidades brasileiras.
A OBA tem se destacado por tornar o ensino de astronomia, astronáutica e ciências afins uma experiência empolgante e dinâmica para os estudantes. Por meio de atividades práticas e provas, o evento permite que professores atualizem seus métodos de ensino e que os alunos aprendam de forma mais envolvente. “Conseguimos mostrar que estudar pode ser algo emocionante e divertido, e essa abordagem tem sido fundamental para o sucesso da OBA”, afirmou Canalle.
Além das medalhas, os melhores estudantes do ensino médio podem ser selecionados para participar das olimpíadas internacionais, como a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) e a Olimpíada Latino-americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), representando o Brasil em competições de prestígio.
A OBA é estruturada em quatro níveis, com provas teóricas e atividades práticas. O Nível 1, destinado a estudantes do 1º ao 3º ano do ensino fundamental, registrou quase 20 mil medalhistas. O Nível 2, para alunos do 4º ao 5º ano, distribuiu mais de 11 mil medalhas. O Nível 3, que abrange estudantes do 6º ao 9º ano, premiou aproximadamente 27 mil participantes, enquanto o Nível 4, voltado para o ensino médio, contabilizou mais de 23 mil medalhistas.
Outro destaque do evento é a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), que combina o aprendizado de ciência com atividades práticas e lúdicas. Nesta edição, foram distribuídas 20.843 medalhas em cinco níveis de participação, com 13.305 medalhas concedidas a alunos de escolas públicas.
No Nível 1, voltado para estudantes do 1º ao 3º ano do ensino fundamental, o desafio consiste em construir e lançar foguetes de canudo por impulso de ar comprimido, premiando cerca de 4 mil estudantes. No Nível 2, para alunos do 4º ao 5º ano, os foguetes são feitos de papel, também impulsionados por ar comprimido, resultando em mais de 4 mil medalhas.
Já no Nível 3, que premiou mais de 8 mil alunos, os participantes, do 6º ao 9º ano, constroem e lançam foguetes utilizando garrafas PET movidas por água e ar comprimido. O Nível 4, destinado a estudantes do ensino médio, envolveu o lançamento de foguetes movidos a vinagre e bicarbonato de sódio, com mais de 4 mil premiados. Finalmente, o Nível 5, que inclui alunos do ensino médio e superior, desafiou os estudantes a lançar foguetes por meio de propulsão sólida, premiando 77 competidores.
A OBA e a MOBFOG são organizadas pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e de diversas instituições de ensino e pesquisa. Canalle enfatizou que o evento não apenas fomenta o aprendizado, mas também cria uma plataforma para que alunos e professores troquem experiências, promovendo um ambiente de colaboração e descoberta científica.
Além disso, a iniciativa tem a participação de importantes embaixadores, como os canais Manual do Mundo, Space Today, Física Total e AstroBioFísica, que ajudam a divulgar e popularizar o estudo da astronomia no Brasil.
Os estudantes com os melhores desempenhos nos níveis 3, 4 e 5 da MOBFOG são convidados a participar da Jornada de Foguetes, evento presencial que reúne alunos e professores de diferentes regiões do país. “A Jornada é uma oportunidade única para que os participantes compartilhem seus conhecimentos e experimentem a ciência de forma prática e colaborativa”, destacou Canalle. Para 2024, estão previstas 13 turmas, com cerca de 250 a 300 pessoas cada, refletindo o crescente interesse dos estudantes pela ciência e tecnologia.
Com a realização desses eventos, a OBA e a MOBFOG continuam a desempenhar um papel crucial na promoção do ensino de ciências e na descoberta de novos talentos no campo da astronomia e astronáutica, além de fortalecer o desenvolvimento educacional e científico no Brasil.
Fonte: Agência Brasil