O programa Comunidades Educadoras é uma das iniciativas em destaque no Seminário Desafios e Experiências da Educação no Nordeste, realizado em Natal. Promovido pela Secretaria de Educação, do Esporte e do Lazer do Rio Grande do Norte, em parceria com o Instituto Cultiva e o Consórcio Nordeste, o evento reúne educadores e autoridades para compartilhar soluções inovadoras que estão transformando a educação nos nove estados da região.
Durante a abertura do seminário, a secretária de Educação do Rio Grande do Norte, Socorro Batista, apresentou o projeto Comunidades Educadoras. Com uma abordagem que prioriza o vínculo entre escolas e comunidades, o programa é desenvolvido em parceria com o Instituto Cultiva e conta com articuladores comunitários que desempenham papel fundamental na identificação e resolução de desafios enfrentados pelos estudantes.
Os articuladores comunitários realizam visitas regulares às famílias dos alunos, com o objetivo de compreender suas condições socioeconômicas e detectar problemas como queda de desempenho escolar, sinais de violência, abandono, adoecimento psíquico ou risco de evasão escolar. Essas visitas geram relatórios detalhados que são encaminhados à Secretaria Municipal de Educação, permitindo ações mais rápidas e eficazes para ajudar os estudantes.
“Esses profissionais fazem mais do que apenas visitas. Eles criam pontes entre as famílias, a escola e os serviços públicos nas áreas de saúde e assistência social, ajudando a construir uma rede de proteção para os alunos”, explicou Socorro Batista.
O programa não apenas combate a evasão escolar, mas também trabalha para melhorar o desempenho acadêmico e abordar questões emocionais e sociais dos alunos. Casos complexos, como os de estudantes que deixam de frequentar a escola por motivos ligados à violência em áreas de risco, são investigados pelos articuladores, que muitas vezes precisam atuar como “detetives”, buscando informações com vizinhos e outros membros da comunidade.
“No projeto, as articuladoras procuram espaços e meninos perdidos. Às vezes, a escola nem percebe que o aluno deixou de ir. Descobrimos situações em que famílias inteiras se mudam para fugir de facções, sem sequer informar os novos endereços. É um trabalho minucioso, mas necessário”, destacou a secretária.
Uma das principais características do Comunidades Educadoras é a integração entre diferentes setores da sociedade. O diagnóstico realizado pelos articuladores considera fatores como o tempo de convívio familiar, acesso a bens culturais e sociais e a acolhida da comunidade. Essa visão ampla permite intervenções mais assertivas e promove a inclusão social e educacional.
O seminário também busca disseminar boas práticas entre os estados do Nordeste, promovendo a troca de experiências que possam ser adaptadas para diferentes contextos regionais. Iniciativas como o Comunidades Educadoras demonstram que a educação pode ir além da sala de aula, engajando toda a comunidade no processo de aprendizado e no desenvolvimento integral dos alunos.
Com projetos como este, a educação no Nordeste ganha força como ferramenta de transformação social, ajudando a combater desigualdades e oferecer novas oportunidades para crianças e jovens.
Fonte: Agência Brasil