Os debates sobre mudanças climáticas terão destaque na 10ª edição da Mostra Arquivo em Cartaz, organizada pelo Arquivo Nacional (AN), vinculado ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Com o tema “Memórias da Terra em Filmes de Arquivo”, o evento de 2025 busca inserir a questão climática na agenda de arquivos públicos, privados e comunitários, evidenciando a relevância da preservação audiovisual na construção de um futuro sustentável.
O tema foi inspirado em eventos internacionais como a 16ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP16), realizada em outubro e novembro de 2024, na Colômbia, e a COP30, que ocorrerá em novembro de 2025 em Belém do Pará. Para a diretora-geral do AN, Ana Flávia Magalhães Pinto, os arquivos possuem papel estratégico frente ao colapso climático. “Além de vulneráveis às catástrofes, como vimos no Rio Grande do Sul, os arquivos e seus sujeitos são essenciais para construir futuros sustentáveis”, afirmou.
A coordenadora-geral de Relações Institucionais do AN e executiva do festival, Franciele Oliveira, também destacou a preocupação com questões ambientais e a inclusão de povos originários, ribeirinhos e quilombolas na discussão. Segundo ela, essas comunidades são fundamentais na proteção do meio ambiente.
Abertura e programação diversificada
A abertura oficial da Mostra será realizada na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, nos dias 29 e 30 de janeiro de 2025. Em 31 de janeiro, a cerimônia segue para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em celebração aos 187 anos do Arquivo Nacional. A programação se estenderá até junho de 2025, com 52 filmes de curta e longa-metragem, além de dez eventos presenciais em diversas regiões do Brasil.
As cidades de Brasília (DF), Natal (RN), São Cristóvão (SE), Porto Alegre e Santa Maria (RS), Manaus (AM) e Salvador (BA) serão palco de exibições e debates. Os horários e locais serão divulgados nas plataformas digitais do AN. Entre as novidades estão a Mostra Acervos, com filmes disponíveis em streaming e votação popular, e transmissões em canais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Franciele Oliveira explicou que, pela primeira vez, a curadoria do evento foi coletiva, formada por seis especialistas escolhidos com base em suas expertises no cinema e na produção cultural. Essa mudança busca democratizar e popularizar as produções audiovisuais.
Educação e público ampliado
O festival também incluirá iniciativas educativas, como a oficina Lanterninha Mágica, que promoverá a produção de filmes de arquivo em escolas do Rio de Janeiro, e atividades do programa Arquivo Faz Escola. O evento espera alcançar um público de aproximadamente 1 milhão de pessoas, graças à ampliação das parcerias com canais de TV e plataformas de streaming.
“O streaming e os canais de TV pública são essenciais para engajar um público jovem e expandir o alcance territorial do festival”, explicou Franciele Oliveira. Além disso, o evento busca renovar o público ao alcançar cidades fora das capitais e promover debates sobre políticas públicas de preservação de acervos audiovisuais e sonoros.
Valorização do cinema de arquivo
A Mostra Internacional pretende destacar a importância dos filmes de arquivo e incentivar sua produção. “Nosso objetivo é garantir que a população brasileira tenha acesso a acervos audiovisuais e sonoros, que são patrimônios documentais. Promover a preservação desses acervos é essencial para valorizar a memória coletiva e a sétima arte”, afirmou Franciele.
O evento conta com o apoio de diversas instituições, como a Dataprev, o Instituto Rio Branco, universidades e entidades culturais. A programação diversificada e as parcerias reforçam a relevância do Arquivo Nacional na difusão da memória ambiental e cultural do Brasil.
Fonte: Agência Brasil