O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira, consolidando sua relevância no cenário internacional. Além disso, Fernanda Torres, que interpreta a protagonista Eunice Paiva, recebeu a indicação a melhor atriz, competindo com nomes de peso como Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Inspirado na história real da família Paiva, o longa narra os desafios enfrentados por Eunice e seus cinco filhos após o desaparecimento de Rubens Paiva, deputado cassado, preso, torturado e morto durante a ditadura militar no Brasil. A obra é baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, lançado em 2015, que homenageia a força de sua mãe, um símbolo de resistência e luta pelos direitos humanos.
“Ainda Estou Aqui” é o representante oficial do Brasil para a disputa de uma vaga no Oscar 2025, escolhido pela Academia Brasileira de Cinema. O longa foi recebido com grande comoção em festivais internacionais, acumulando prêmios, incluindo o de melhor roteiro no prestigiado Festival de Veneza. A obra emociona plateias ao retratar, com sensibilidade, a história de uma família marcada pela violência política, mas também pela resiliência e busca por justiça.
Walter Salles, reconhecido por trabalhos como “Central do Brasil” e “Diários de Motocicleta”, entrega uma narrativa poderosa e intimista, que não apenas revive os horrores da ditadura, mas também celebra a força de uma mãe determinada a criar seus filhos em meio a adversidades extremas. A atuação de Fernanda Torres é amplamente elogiada, com muitos críticos destacando sua performance como um dos pontos altos do filme.
Eunice Paiva, personagem central do filme, viveu até 2018, falecendo aos 86 anos. Após a perda de seu marido em 1971, Eunice assumiu a responsabilidade de criar seus filhos e tornou-se advogada, dedicando-se à defesa dos direitos humanos e indígenas. Sua trajetória é um testemunho da luta contra a opressão e pela memória das vítimas do regime militar.
Marcelo Rubens Paiva, filho caçula de Eunice e Rubens Paiva, descreve sua mãe como uma mulher extraordinária em seu livro biográfico. A obra serviu como base para o roteiro do filme, que busca preservar a memória de uma época sombria da história brasileira e refletir sobre os impactos da ditadura no país.
O filme não apenas conquista espaço no cinema internacional, mas também contribui para a discussão sobre justiça, memória e reparação histórica no Brasil. Para críticos, “Ainda Estou Aqui” é uma obra essencial para as novas gerações, um lembrete da importância de revisitar e reconhecer os erros do passado para construir um futuro mais justo.
Com a indicação ao Globo de Ouro e a campanha para o Oscar 2025, “Ainda Estou Aqui” segue ganhando destaque em plataformas globais, reafirmando a potência do cinema brasileiro como uma ferramenta de arte, denúncia e reflexão.
O Globo de Ouro será realizado em janeiro de 2025, enquanto os indicados ao Oscar serão anunciados no início do mesmo ano. A expectativa é que o filme continue a emocionar públicos e a fortalecer a posição do Brasil no cenário cinematográfico mundial.
Fonte: Agência Brasil