À medida que o prazo final para o registro eleitoral se aproxima, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) chama atenção para um fenômeno encorajador: o aumento significativo na participação política dos adolescentes brasileiros. Dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam uma inversão na tendência de declínio anterior, revelando um crescimento no número de jovens de 16 e 17 anos com título de eleitor para as eleições municipais de 2024. O voto nesta faixa etária é facultativo, mas a sua importância é inestimável.
Mario Volpi, chefe de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes no Unicef, observa um aumento substancial no engajamento dos jovens. “Comparando com a última eleição, houve um salto de cerca de 1 milhão para 1,3 milhão de adolescentes registrados para votar. Esse crescimento não apenas reflete um rejuvenescimento do interesse político entre os jovens, mas também uma conscientização sobre o papel vital que desempenham na moldagem da nossa sociedade e democracia”, explica Volpi.
Este impulso no registro eleitoral dos jovens é parte de uma iniciativa mais ampla do Unicef, que tem trabalhado ativamente em 2.023 municípios das regiões da Amazônia Legal e do Semi-Árido. O objetivo é mobilizar adolescentes para que obtenham seus títulos de eleitor e, assim, exerçam sua cidadania através do voto. “A participação eleitoral é uma forma essencial de exercício da cidadania. É crucial que os adolescentes se envolvam nesse momento decisivo e contribuam com suas experiências e visões nas discussões sobre políticas de saúde, educação e assistência social”, acrescenta Volpi.
Volpi também ressalta a perspectiva única que os adolescentes trazem para o debate político. “Eles oferecem uma visão criativa e crítica, essencial para o enriquecimento do processo eleitoral. Ao compartilhar suas experiências diretas com as políticas públicas, os jovens podem fornecer aos políticos insights valiosos que poderiam levar a decisões mais informadas e eficazes.”
O representante do Unicef enfatiza a importância de os políticos reconhecerem os adolescentes não apenas como eleitores do futuro, mas como participantes ativos e informados no presente. “Os jovens têm o potencial de serem avaliadores confiáveis das políticas públicas, trazendo para a arena política as realidades de suas experiências diárias.”
À medida que o prazo para o cadastro eleitoral se encerra, a mensagem do Unicef é clara: a participação política dos adolescentes é fundamental para uma democracia robusta e para a construção de uma sociedade que verdadeiramente reflete as aspirações de todos os seus membros.