O Fundo Clima, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, registrou aprovações de aproximadamente R$ 7,3 bilhões entre abril e outubro de 2024. Esse valor representa 70% dos recursos reservados pela União para apoiar iniciativas focadas na mitigação das mudanças climáticas, evidenciando o esforço do país em atender aos compromissos climáticos.
O anúncio, feito durante a 36ª reunião ordinária do Comitê Gestor do Fundo Clima, destaca que os valores liberados pelo BNDES até o momento representam 2,5 vezes a soma de todas as alocações realizadas pelo Fundo Clima entre 2013 e 2023, que totalizaram R$ 3 bilhões, em valores atualizados. A expectativa é que até o final do ano o volume aprovado alcance R$ 10 bilhões, demonstrando a relevância do fundo para as metas ambientais do Brasil.
No campo de aplicação dos recursos, o BNDES destacou que os valores estão sendo direcionados para projetos que fomentem a sustentabilidade urbana e a transição energética, elementos essenciais na agenda ambiental do país. Essas iniciativas buscam acelerar a substituição de combustíveis fósseis, um dos grandes desafios brasileiros no cenário climático global. A expectativa é de que, com a aplicação desses recursos, o Brasil avance em iniciativas de mitigação de carbono e promova mais sustentabilidade nos centros urbanos, bem como em áreas de fronteira ambiental.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou o impacto do Fundo Clima na criação de empregos sustentáveis no Brasil. Até agora, foram gerados 15,2 mil empregos verdes, 20 vezes mais do que o registrado no ano passado, quando foram criados 753 empregos. Essa expansão é um reflexo direto do crescimento de investimentos em setores sustentáveis, como energia renovável e biocombustíveis. Segundo Mercadante, os recursos do Fundo Clima também contemplarão R$ 167 milhões destinados ao desenvolvimento de combustíveis sustentáveis, como o combustível de aviação sustentável (SAF) e alternativas de combustível para navegação, áreas nas quais o Brasil já possui destaque internacional.
“Somos líderes globais da agenda de biocombustíveis há mais de 50 anos e a demanda para entrarmos nos combustíveis sustentáveis está muito forte. Por isso, precisamos, pelo menos, dobrar os recursos do Fundo Clima, como já está previsto no orçamento do ano que vem”, afirmou Mercadante. Para 2025, a previsão de novos investimentos no Fundo Clima é de R$ 11,5 bilhões.
Os R$ 7,3 bilhões liberados pelo BNDES também favorecem um compromisso com o desenvolvimento regional, particularmente nas regiões Norte e Nordeste, tradicionalmente com menos acesso a investimentos. No Nordeste, o volume de recursos aprovados foi 19 vezes maior que em 2022, somando R$ 1 bilhão em comparação aos R$ 51 milhões do ano anterior. Esse aumento expressivo reflete uma priorização da sustentabilidade nas regiões que enfrentam desafios sociais e econômicos acentuados, além de uma vulnerabilidade maior às mudanças climáticas.
Outro aspecto de destaque diz respeito ao impacto das ações financiadas pelo Fundo Clima na redução de emissões de carbono. Segundo o BNDES, os investimentos realizados até o momento evitam ou removem 3,3 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente por ano, valor 16 vezes maior que as emissões evitadas em 2023, que somaram 204 mil toneladas de CO2 equivalentes por ano (tCO2e/ano). Esse volume representa uma contribuição significativa para o compromisso do Brasil no Acordo de Paris, além de demonstrar a efetividade das iniciativas do Fundo Clima em apoiar o Brasil a alcançar suas metas climáticas.
O Fundo Clima, que se destaca como um dos instrumentos financeiros mais estratégicos para ações climáticas no país, visa fortalecer ainda mais as políticas de sustentabilidade ambiental. O avanço no volume de recursos aprovados e o direcionamento estratégico para projetos regionais e de transição energética são indícios de uma política comprometida com o desenvolvimento sustentável e a liderança do Brasil em biocombustíveis e energia limpa.
Fonte: Agência Brasil