O governo federal recepcionou, em Fortaleza, um grupo de 127 brasileiros repatriados dos Estados Unidos (EUA). Entre os deportados, estavam 97 homens e 30 mulheres, incluindo nove crianças, um adolescente e um idoso.
Após o desembarque, 51 brasileiros permaneceram na capital cearense, enquanto os outros 76 seguiram para Belo Horizonte, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Na capital mineira, o grupo foi recebido no recém-criado posto de acolhimento aos repatriados, que oferece suporte e orientação para a reintegração ao país.
Aumento no número de repatriados
Com essa nova chegada, o número de brasileiros repatriados dos EUA em 2025 chega a 420 pessoas, em quatro voos organizados pelo governo brasileiro. O primeiro grupo de deportados, com 88 passageiros, desembarcou em Manaus no dia 24 de janeiro, no primeiro voo autorizado pelo novo governo dos EUA, sob a administração de Donald Trump. No dia seguinte, uma aeronave da FAB transportou esse grupo até o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, para garantir que os protocolos de segurança e assistência fossem cumpridos.
Já no dia 7 de fevereiro, um segundo voo trouxe ao Brasil 111 brasileiros deportados, que chegaram inicialmente a Fortaleza e, posteriormente, foram transferidos para Belo Horizonte. O terceiro grupo, composto por 94 cidadãos, desembarcou no país no dia 21 de fevereiro, também na capital cearense.
Os números refletem um endurecimento na política migratória dos Estados Unidos, que voltou a acelerar as remoções de imigrantes sem documentação regular.
Mudanças na política migratória americana
Nos últimos 16 anos, o governo dos EUA deportou aproximadamente 5 milhões de imigrantes, incluindo brasileiros. Esse período compreende as gestões de três presidentes: o democrata Barack Obama, o republicano Donald Trump e o também democrata Joe Biden.
Desde 1996, os EUA substituíram oficialmente o termo “deportação” por dois novos conceitos jurídicos: “remoção”, quando há uma decisão formal de expulsão do território americano, e “retorno”, quando o imigrante sai voluntariamente antes que um processo de remoção seja concluído. Apesar da mudança terminológica, os impactos na vida dos deportados permanecem significativos, especialmente para aqueles que construíram vínculos nos EUA antes de serem obrigados a retornar ao Brasil.
Reintegração e desafios
Para os brasileiros repatriados, o retorno ao país envolve uma série de desafios. Muitos deixaram o Brasil há anos e perderam vínculos com o mercado de trabalho, dificultando a reinserção social e profissional. O governo federal tem buscado ampliar os mecanismos de acolhimento, com assistência jurídica, apoio psicológico e orientação para emprego e moradia.
A recepção organizada nos aeroportos de Fortaleza e Belo Horizonte faz parte desse esforço para oferecer suporte aos repatriados e minimizar os impactos da deportação em suas vidas.
Fonte: Agência Brasil