O segundo voo com brasileiros deportados pelos Estados Unidos desembarcou na noite de ontem (8) no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. Antes de chegar ao Brasil, a aeronave realizou uma escala técnica em Porto Rico e fez sua primeira parada no país em Fortaleza, no período da tarde, onde alguns passageiros optaram por desembarcar. Dos 111 repatriados, 88 seguiram em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para Minas Gerais.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), representado por uma equipe sob a liderança da ministra Macaé Evaristo, organizou a recepção dos deportados, oferecendo suporte para reintegração e apoio humanitário.
Repatriação humanizada
Durante a recepção em Confins, a ministra Macaé Evaristo destacou a importância de humanizar o processo de repatriação e garantir que os brasileiros tenham um retorno digno ao país.
“É essencial que todos possam conversar com nossa equipe para compartilhar informações que nos ajudem a melhorar as condições desses voos de repatriação. Nosso objetivo é tornar esse processo menos doloroso e mais humanizado. Estamos aqui para apoiar cada um de vocês”, afirmou a ministra.
A acolhida organizada pelo MDHC contou com profissionais treinados para prestar atendimento psicológico, social e logístico, assegurando que os repatriados tivessem acesso imediato a assistência básica.
Alívio e suporte aos repatriados
Ana Maria Gomes Raietparvar, da Coordenação-Geral de Promoção dos Direitos das Pessoas Migrantes, Refugiadas e Apátridas, destacou o impacto positivo da recepção aos brasileiros já na primeira parada em Fortaleza.
“O atendimento foi muito bem estruturado, especialmente por ser a primeira vez que o Ceará recebeu repatriados em um voo desse tipo. A equipe garantiu um acolhimento humanitário e percebemos que, ao verem a recepção organizada, muitos passageiros demonstraram alívio. Alguns estavam envergonhados, mas depois relaxaram e se sentiram mais confortáveis”, explicou.
Monitoramento e perfil dos repatriados
O voo foi monitorado por um grupo de trabalho (GT) composto por representantes dos governos do Brasil e dos Estados Unidos. Cinco horas antes da chegada ao país, as autoridades norte-americanas forneceram a lista com o perfil dos repatriados. Segundo a Polícia Federal, não houve registros de passageiros sob alerta da Interpol.
A maioria dos repatriados é jovem: oito crianças têm até 10 anos de idade; 11 pessoas estão na faixa etária de 11 a 20 anos; 38 têm entre 21 e 30 anos; e 33 têm entre 31 e 40 anos. Outros 17 passageiros estão na faixa de 41 a 50 anos, enquanto quatro possuem 51 anos ou mais, sendo o mais velho do grupo com 53 anos.
Entre os repatriados, 85 são homens, dos quais 71 estavam desacompanhados. O grupo também inclui 26 mulheres, sendo 12 delas desacompanhadas. Aproximadamente 25% (28 pessoas) dos deportados vieram em núcleo familiar.
Estrutura de acolhimento
Para garantir o suporte adequado aos repatriados, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, disponibilizou uma sala especial, transformada em Posto de Acolhimento aos Repatriados. O espaço foi equipado com água, alimentação, pontos de energia, internet e banheiros.
Além disso, foram oferecidos canais de comunicação para que os repatriados pudessem entrar em contato com familiares e obter informações sobre serviços públicos essenciais, como assistência social, saúde, trabalho, regularização vacinal e matrículas na rede de ensino.
A iniciativa do governo federal visa garantir que os brasileiros retornem ao país com dignidade e tenham suporte para recomeçar suas vidas, minimizando os impactos da deportação.
Fonte: Agência Brasil