A produção de biocombustíveis é amplamente associada ao crescimento econômico por grande parte dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa da Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados, 69% da população acreditam que o aumento da produção de biocombustíveis impulsiona diretamente o desenvolvimento econômico do Brasil. O levantamento foi encomendado pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República e apresenta dados que reforçam o papel estratégico dos biocombustíveis para o futuro do país.
Entre os entrevistados, 71% concordam que o investimento em biocombustíveis tem potencial para gerar mais empregos em áreas rurais, destacando o impacto positivo para o setor agrícola e as comunidades locais. No entanto, a pesquisa revela que a preferência por combustíveis ainda está concentrada em opções tradicionais: 66% dos participantes abastecem principalmente com gasolina ou diesel, enquanto apenas 29% optam pelo etanol como combustível principal.
A pesquisa também identificou tendências sobre o futuro dos transportes no Brasil. Entre as alternativas sustentáveis, 77% consideram os carros elétricos a melhor opção para o país, seguidos pelo etanol (40%) e pelo Gás Natural Veicular (33%). Essa preferência demonstra uma percepção crescente de que a eletrificação e o uso de combustíveis renováveis são cruciais para alcançar a descarbonização da matriz energética.
O levantamento foi divulgado pouco após o 49º aniversário do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), celebrado no último dia 14. Desde sua implementação, o etanol gerou uma economia energética significativa para o Brasil. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o país economizou o equivalente a mais de 2,5 bilhões de barris de petróleo, evitando importações de gasolina no valor de aproximadamente US$ 205 bilhões ao longo de quase cinco décadas.
Atualmente, o etanol é produzido não apenas a partir da cana-de-açúcar, mas também do milho, que já representa cerca de 20% da produção total no Brasil. Essa diversificação reforça a capacidade do país de ampliar sua oferta de biocombustíveis e atender à demanda crescente por alternativas sustentáveis.
Outro marco para o setor foi a entrada em vigor da Lei do Combustível do Futuro, no último mês de outubro. A nova legislação busca modernizar e expandir o uso de fontes renováveis, consolidando o Brasil como líder global no desenvolvimento sustentável. A lei prevê medidas como:
- Criação de programas nacionais para o diesel verde, o combustível sustentável para aviação e o biometano;
- Aumento da mistura de etanol e biodiesel à gasolina e ao diesel;
- Substituição progressiva de combustíveis fósseis no transporte terrestre, marítimo e aéreo por opções mais limpas.
De acordo com o governo federal, a nova legislação representa o maior programa de descarbonização da matriz de transportes do mundo.
Os dados da pesquisa reforçam a percepção de que a produção de biocombustíveis não é apenas uma questão ambiental, mas também um pilar estratégico para o desenvolvimento econômico do Brasil. A expansão desse setor pode fortalecer o mercado interno, gerar empregos e posicionar o país na vanguarda das soluções energéticas globais.
Com iniciativas como a Lei do Combustível do Futuro e o Proálcool, o Brasil reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e a inovação. Entretanto, desafios permanecem, como a necessidade de aumentar o uso do etanol e outras opções renováveis pela população, além de fortalecer a infraestrutura necessária para o avanço dos carros elétricos e de outras tecnologias limpas.
Fonte: Agência Brasil