A situação dos brasileiros no Líbano e um possível plano de repatriação diante da escalada de conflitos na região foram discutidos entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o chanceler do Líbano, Abdallah Bou Habib, durante um encontro em Nova York. A reunião ocorreu à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, que tem sido palco de intensas discussões sobre os crescentes conflitos no Oriente Médio.
A crise na região, que tem envolvido ataques aéreos e tensões geopolíticas, coloca em risco a comunidade de brasileiros radicada no Líbano, que é a maior do Oriente Médio, com cerca de 21 mil brasileiros vivendo no país. A repatriação dessas pessoas é uma prioridade nas conversas entre os chanceleres, conforme detalhou o Itamaraty.
Segundo nota oficial do Itamaraty, a conversa abordou diretamente os recentes ataques aéreos realizados por Israel em território libanês e os impactos dessa situação na segurança da comunidade brasileira. “Mauro Vieira informou ao chanceler libanês sobre o trabalho da embaixada [do Brasil] em Beirute de assistência e orientação à comunidade e de recomendações vinculadas à situação de segurança naquele país”, destacou o Itamaraty em comunicado nas redes sociais, utilizando a plataforma Bluesky.
A comunidade brasileira no Líbano está no centro das preocupações do governo brasileiro. A relação entre Brasil e Líbano é historicamente estreita, com uma grande diáspora libanesa no Brasil, onde cerca de 3,2 milhões de libaneses e seus descendentes residem. Esse laço histórico fortalece a urgência do Brasil em garantir a segurança e o bem-estar dos brasileiros que vivem no Líbano, particularmente em tempos de crise.
Os ataques aéreos de Israel no Líbano, um dos focos da reunião, têm aumentado as tensões na região, que já enfrenta uma crise política e econômica severa, além de ser diretamente impactada pelos conflitos na Síria, país vizinho. O Itamaraty enfatizou que o Brasil segue monitorando a situação de perto e mantém diálogos constantes com autoridades locais para garantir que a comunidade brasileira receba a devida assistência.
Além da situação no Líbano, fontes do Itamaraty informaram que o governo brasileiro também está em contato com autoridades sírias sobre a possibilidade de repatriação de brasileiros que vivem na Síria, onde os conflitos também se intensificaram nos últimos meses. A segurança dessas pessoas é uma prioridade para o governo brasileiro, que estuda medidas de evacuação caso a situação se agrave ainda mais.
O Brasil vem reforçando sua atuação diplomática em áreas de conflito, buscando garantir a segurança de seus cidadãos e, quando necessário, facilitar o retorno seguro ao país. As embaixadas brasileiras na região têm sido fundamentais nesse processo, atuando tanto na orientação quanto na coordenação de possíveis operações de evacuação.
A crise na região também foi agravada por um ataque israelense recente, que resultou na morte de Ahmad Muhammad Fahd, líder do grupo palestino Hamas na Síria. O ataque foi realizado pelas Forças Armadas de Israel, que alegaram que Fahd estava planejando um ataque terrorista iminente. A morte do líder do Hamas contribuiu para a escalada das tensões, com repercussões diretas nos países vizinhos, incluindo o Líbano.
Esses eventos mostram como a complexidade do cenário político e militar no Oriente Médio afeta diretamente a segurança de brasileiros que vivem em áreas de conflito. A diplomacia brasileira, liderada por Mauro Vieira, tem buscado respostas rápidas e eficientes para proteger seus cidadãos, e a repatriação pode ser uma medida necessária caso a situação se agrave.
O Brasil, enquanto membro da comunidade internacional, também acompanha de perto as discussões sobre o conflito na Assembleia Geral da ONU, onde líderes mundiais debatem soluções para a crise humanitária que afeta milhões de pessoas na região.
A continuidade desses diálogos entre o Brasil e os países afetados será fundamental para garantir a segurança dos brasileiros e a estabilidade da região.
Fonte: Agência Brasil