Em tempos de juros altos, manter a organização financeira é essencial para evitar o endividamento excessivo e encontrar oportunidades para fazer o dinheiro render. Com o aumento do dólar e as incertezas econômicas, o Banco Central (BC) decidiu elevar novamente a taxa Selic, que agora está em 13,25% ao ano, conforme anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no final de janeiro.
Para ajudar os consumidores a lidarem melhor com este cenário, a educadora financeira e CEO da UjamaaTech, Dina Prates, compartilhou recomendações para três perfis distintos: pessoas endividadas, aquelas que precisam de crédito e aquelas que possuem dinheiro para investir.
Como reduzir dívidas em tempos de juros altos
Para quem já está endividado, especialmente no cartão de crédito, Dina Prates alerta sobre a necessidade de cautela ao negociar as dívidas. Segundo a especialista, os juros elevados podem tornar os pagamentos mensais insustentáveis e comprometer a estabilidade financeira.
“O ideal é evitar pagar apenas o mínimo da fatura ou aderir automaticamente ao parcelamento do cartão. Isso pode fazer com que a dívida aumente rapidamente devido aos altos juros do crédito rotativo”, explica.
A melhor estratégia, segundo ela, é analisar a renda mensal e avaliar a capacidade de pagamento antes de negociar um parcelamento. “Para reduzir os juros, é possível oferecer uma entrada maior no pagamento da fatura, diminuindo o saldo devedor.”
Outra alternativa é substituir uma dívida mais cara por outra com juros menores. “Se possível, pode valer a pena buscar um empréstimo pessoal para quitar a dívida do cartão, pois as taxas costumam ser menores do que as do crédito rotativo”, sugere Dina. No entanto, ela reforça que essa solução deve ser analisada com cautela, garantindo que o novo empréstimo tenha condições melhores.
Melhores opções de crédito para quem precisa de dinheiro
Para aqueles que não estão endividados, mas precisam de crédito, a especialista recomenda buscar opções com juros mais baixos.
“O crédito consignado é uma boa alternativa para servidores públicos, aposentados e pensionistas, pois tem taxas reduzidas e desconto direto na folha de pagamento”, destaca.
Outra opção é o empréstimo com garantia, que pode oferecer taxas menores para quem tem um imóvel ou veículo que possa ser usado como segurança para a instituição financeira.
Dina também alerta sobre os riscos de pegar crédito sem planejamento. “É fundamental comparar taxas de juros entre diferentes bancos e fintechs e verificar as condições no site do Banco Central antes de fechar um empréstimo”, aconselha.
Como aproveitar os juros altos para investir
Para quem tem dinheiro sobrando e deseja investir, a alta da Selic pode representar uma oportunidade. Segundo Dina, a renda fixa é a melhor opção nesse momento.
“Investimentos como Tesouro Direto, CDBs e LCIs estão com retornos mais atrativos devido ao aumento dos juros”, explica. No entanto, ela reforça que é importante considerar o perfil do investidor antes de escolher onde aplicar o dinheiro.
“Quem está começando no mundo dos investimentos deve iniciar com quantias menores e buscar opções de baixo risco, priorizando ativos que ofereçam previsibilidade de retorno”, conclui.
Com planejamento e organização financeira, é possível atravessar momentos de juros altos de forma mais segura, evitando dívidas e aproveitando oportunidades de crescimento financeiro.
Fonte: Agência Brasil