No cenário da Reunião Ministerial de Desenvolvimento do G20 no Rio de Janeiro, líderes brasileiros e internacionais convergiram em um apelo urgente pela universalização do acesso à água potável e saneamento básico. O compromisso manifesto pelos ministros brasileiros reflete não apenas uma meta nacional, mas um desafio global em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente para garantir que até 2030 todos tenham acesso a água potável e saneamento adequado.
O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou a magnitude do problema ao revelar que aproximadamente 30 milhões de brasileiros carecem de água tratada, enquanto 90 milhões vivem sem serviços de coleta de esgoto. Estabelecendo um chamado à ação, Filho enfatizou que o Brasil está comprometido com a meta de universalizar o acesso à água potável até 2033, mas reconheceu a necessidade de um esforço conjunto tanto nacional quanto internacional para alcançar este objetivo.
Simultaneamente, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, sublinhou a dimensão global do desafio, citando dados da ONU que indicam que mais de 2 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a água tratada, e mais de 3,5 bilhões vivem sem saneamento básico adequado. Tebet reforçou a importância de parcerias público-privadas e cooperação internacional para enfrentar essa crise global de desigualdade social.
Além dos desafios quantitativos, os ministros também discutiram as necessidades financeiras substanciais para enfrentar a crise. Segundo estudos do Ministério das Cidades em 2023, estima-se que serão necessários cerca de US$ 100 bilhões em investimentos até 2030, com foco em melhorias nos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O Brasil, por meio de iniciativas como o novo PAC, planeja investir significativamente em infraestrutura de saneamento, gestão de resíduos sólidos e drenagem urbana para atender às demandas crescentes da população.
A reunião ministerial também enfatizou a importância da educação ambiental e conscientização pública. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ressaltou a necessidade de políticas públicas eficazes e programas educacionais que promovam o uso responsável e a preservação dos recursos hídricos. Vieira destacou que o Brasil, com suas vastas reservas de água potável, desempenha um papel crucial no desenvolvimento de soluções sustentáveis para o uso da água em nível global.
A cooperação internacional foi um ponto central nas discussões, com o G20 endossando um “Chamado à Ação” para fortalecer os serviços de água potável, saneamento e higiene em escala global. Este documento pede um aumento na cooperação técnica entre os países membros para enfrentar os desafios relacionados à mudança climática, saúde pública e sustentabilidade dos recursos hídricos.
À medida que a reunião ministerial avança no Rio de Janeiro, espera-se que os debates e compromissos resultem em planos concretos para enfrentar a crise de água e saneamento em nível mundial. Com eventos planejados até sexta-feira, incluindo o pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, as autoridades presentes estão firmemente comprometidas em transformar discussões em ações tangíveis para promover um futuro mais sustentável e equitativo para todos.
Em suma, a universalização do acesso à água potável e saneamento básico não é apenas uma necessidade urgente, mas uma responsabilidade compartilhada que exige ação imediata e colaboração global.
Fonte Agência Brasil.