Janeiro é um mês de férias para muitas pessoas. Que tal aproveitar uma das principais atrações turísticas de Manaus de forma gratuita e se divertir em contato com a biodiversidade amazônica? No Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), os visitantes podem se aproximar de várias espécies de animais e plantas do bioma, além de explorar exposições que demonstram a ciência usada para entender e valorizar a região mais biodiversa do mundo, a Amazônia.
Em uma área de fragmento florestal de 13 hectares, equivalente a 13 campos de futebol, os visitantes podem ter uma imersão no ambiente amazônico sem precisar se afastar da área central da capital. No ano passado, o parque recebeu mais de 122 mil visitantes, muitos deles estudantes de Manaus. Somente na primeira semana de janeiro deste ano (2 a 7), foram 4.980 visitantes.
“Peixes-boi da Amazônia, ariranhas, tartarugas da Amazônia, peixes, macacos, cutias, preguiças, iguanas, pássaros e insetos estão entre os animais que você pode avistar no Bosque. Aqui, os visitantes têm lazer, contato com a natureza, aprendizado e uma experiência que marca a vida”, diz Francisco Cavalcante, chefe do Bosque da Ciência.
É exatamente essa a sensação que o professor da rede pública, o sociólogo Francinézio Amaral, afirma sentir. “Isso aqui é maravilhoso. É um dos lugares mais incríveis que marcam a minha vida. No Ensino Médio, eu sempre vinha aqui, e na Ufam, e passava horas explorando. Estar no Bosque é sempre uma experiência nova”, contou Amaral, que trouxe um amigo colombiano para conhecer o parque.
Criado em 1995, o parque abriga uma rica variedade de plantas, com destaque para a Tanimbuca, uma árvore com idade estimada em 600 anos, a sumaúma gigante da Amazônia, a palmeira que anda (paxiúba), a seringueira, o mogno e o açaizeiro.
Uma pesquisa recente realizada pelo Inpa mostra que no Bosque, a temperatura do ar pode ser até 10°C mais baixa do que na área urbana próxima, proporcionando aos visitantes uma sensação agradável mesmo estando a poucos metros do asfalto da cidade.
Para ter uma visão da copa das árvores, basta percorrer a trilha suspensa. Na área, com sorte, você pode avistar macacos parauacus se alimentando com frutos de inajá. O que cai no chão vira comida para as cutias, mamíferos roedores comuns no parque. Na parte inferior do parque, há muitos outros atrativos para explorar, como trilhas agroflorestais e pavimentadas, o condomínio das abelhas sem ferrão, o Lago Amazônico, o viveiro dos jacarés e o Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia (Cequa), onde são encontradas 11 das 21 espécies de quelônios amazônicos.
Casa da Ciência
Explorando a Diversidade Amazônica na Casa da Ciência. Foto por Victor Mamede (Ascom Inpa)
Com uma vasta coleção de amostras da biodiversidade amazônica, a exposição da Casa da Ciência é uma fonte de encanto para os visitantes, que também têm a oportunidade de manusear os objetos expostos. Na exposição “Tramas da Ciência”, é possível explorar, de maneira cativante e divertida, uma série de coleções que incluem borboletas e outros insetos, a maior folha do mundo (Coccoloba gigantifolia – 2,50m x 1,44m), peixes, uma pele de sucuri com 6,80 metros (sem a cabeça da serpente), crânios de jacarés, sapos, rãs, pássaros e projetos de pesquisa de grande porte do Inpa relacionados às mudanças climáticas. Além disso, há uma sala com uma exposição exclusiva dedicada ao peixe-boi da Amazônia.
Isabele dos Santos, uma garotinha de 4 anos, ficou fascinada com a exposição de borboletas na Casa da Ciência durante sua primeira visita ao Bosque. Sua mãe, Rosileide dos Santos, conta que essa foi a primeira vez que Isabele teve a oportunidade de observar uma borboleta tão de perto. Devido ao seu contato limitado com a natureza, Isabele costuma ter medo de animais e insetos em seu dia a dia.
“Isabele ficou encantada ao ver os animais, o jacaré, as borboletas, mas hoje em dia não temos mais o privilégio de ver esses animais de perto. Eu a trouxe para conhecer porque ela tem medo, mas acho importante que ela tenha essa experiência”, explicou a mãe.
A proximidade com a natureza pode proporcionar bem-estar às crianças, reduzir os níveis de estresse, melhorar a saúde física e mental, além de estimular a curiosidade e a criatividade. As trilhas no Bosque, que levam até o viveiro dos jacarés, também são uma ótima forma de exercício físico.
Localizado no bairro de Petrópolis, próximo à bola do Coroado, o Bosque está aberto de terça-feira a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h, com a portaria fechando meia hora antes do encerramento. Nas segundas-feiras, o espaço fecha para manutenção. A entrada é gratuita e pode ser agendada através do site.
SERVIÇO
Bosque da Ciência — INPA
Endereço: Rua Bem-te-vi, S/nº, bairro Petrópolis, Manaus-AM
Entrada: Gratuita
Agendamento: https://bosquedacienciaam.wixsite.com/agendamento
Funcionamento: Terça a domingo, exceto segundas-feiras.
Horário: das 9h às 12h e das 14h às 17h. A portaria fecha 30 minutos antes do encerramento.
Fonte: INPA