O conjunto histórico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), localizado em Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, emerge como candidato ao prestigiado título de Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Esta indicação marca um passo inicial e crucial na jornada para o reconhecimento de bens de valor cultural, natural e misto em escala global, simbolizando não apenas uma honra, mas também um desafio vibrante para a instituição.
Marcos José Pinheiro, Diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), ressalta a singularidade da candidatura de Manguinhos à lista da UNESCO, apontando para o gap historicamente percebido no reconhecimento do patrimônio relacionado à saúde. A pandemia recente sublinhou a centralidade e a complexidade da saúde nas vidas globais, e a Fiocruz, com sua rica história de contribuições científicas e médicas, representa um candidato ideal para preencher essa lacuna.
Fundada no alvorecer do século XX, a Fiocruz foi pioneira na institucionalização da ciência na América Latina, conjugando a medicina tropical e a microbiologia em uma organização científica inovadora. Seu campus em Manguinhos, caracterizado pela arquitetura eclética e tecnologias construtivas avançadas, é um testemunho do papel da instituição na luta contra epidemias através da produção de soros e vacinas.
Juntamente com a Fiocruz, a Chapada do Araripe entrou para a Lista Indicativa da UNESCO, representando uma riqueza geológica e arqueológica que narra a história da Terra e da presença humana antiga nos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Ambos os sítios deverão aguardar um ano na lista antes de qualquer formalização de candidatura ao Centro do Patrimônio Mundial da UNESCO.
Margareth Menezes, Ministra da Cultura, vê essa indicação como uma chance única de projetar os patrimônios brasileiros no cenário mundial, enriquecendo e fortalecendo a diversidade cultural do país. O Brasil, que já possui 23 Patrimônios Mundiais reconhecidos pela UNESCO, entre culturais, naturais e mistos, evidencia sua riqueza e pluralidade através dessas indicações.
Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), enfatiza que, embora a candidatura não garanta o reconhecimento imediato, todos os sítios brasileiros hoje reconhecidos como Patrimônio Mundial iniciaram sua jornada a partir dessa lista indicativa. A inclusão da Fiocruz e da Chapada do Araripe nesse rol abre a possibilidade de se juntarem aos outros tesouros nacionais já celebrados, reafirmando o compromisso do Brasil com a preservação de seu legado cultural e natural para as futuras gerações.
Fonte: Agência Brasil