O eclipse parcial da Lua será transmitido ao vivo pelo Observatório Nacional na noite de 17 de setembro, oferecendo uma oportunidade única para entusiastas da astronomia em todo o Brasil acompanharem o fenômeno de perto. O programa “O céu em sua casa: observação remota” vai apresentar o evento, que será visível em várias partes do mundo, com destaque especial para a visualização no Brasil.
De acordo com Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional, o eclipse parcial da Lua ocorre quando apenas uma parte da superfície lunar passa pela sombra mais escura da Terra, a umbra. “A penumbra é uma sombra mais clara, que ainda recebe um pouco de luz do Sol. Quando a Lua está na penumbra, seja totalmente ou parcialmente, não percebemos mudanças significativas a olho nu”, explica Nascimento, destacando que essa fase é conhecida como a fase penumbral.
Durante um eclipse parcial da Lua, a parte escura — conhecida como umbra — começa a cobrir a superfície lunar, criando o efeito visual de uma “mordida” na Lua. “À medida que a Lua avança pela umbra, essa mordida vai crescendo até o máximo do eclipse parcial”, descreve a astrônoma. É importante diferenciar que, enquanto no eclipse parcial apenas uma parte da Lua passa pela umbra, no eclipse total, a Lua inteira atravessa essa sombra escura, resultando no conhecido fenômeno do eclipse total.
A transmissão do eclipse parcial da Lua será uma forma de conectar o público a esse evento astronômico que desperta curiosidade e fascínio. Segundo Josina Nascimento, o Brasil terá uma visão privilegiada de todo o evento, desde o início da fase penumbral até o término da fase final do eclipse, já na madrugada do dia 18 de setembro. No momento de máxima visibilidade do eclipse, apenas 3,5% da área total da Lua ficará escurecida, o que promete ser um espetáculo singular, ainda que sutil.
Para observar o eclipse, não será necessário o uso de equipamentos especiais, e o fenômeno poderá ser visto a olho nu, desde que o céu esteja limpo, sem a presença de nuvens. Diferentemente de um eclipse solar, que exige proteção para os olhos, o eclipse lunar pode ser observado diretamente, sem riscos à visão. “Na noite do eclipse, a Lua estará cheia, o que significa que ela ficará visível por toda a noite. Se estiver claro no local onde você estiver, e a Lua estiver acima do horizonte, será possível assistir ao eclipse”, ressalta Josina.
O eclipse parcial da Lua terá início com a fase penumbral às 21h41 (horário de Brasília), seguido pelo começo da fase parcial às 23h12. O auge do fenômeno ocorrerá às 23h44, e o fim do eclipse parcial será à meia-noite e 15 minutos, já na madrugada do dia 18. Por fim, a fase penumbral terminará às 1h34.
Além de acompanhar a transmissão oficial, quem desejar poderá simplesmente olhar para o céu e ver o eclipse diretamente, o que torna o evento ainda mais acessível para o público em geral. A transmissão ao vivo do Observatório Nacional será uma excelente oportunidade para quem quiser acompanhar com mais detalhes as explicações científicas e curiosidades sobre o fenômeno.
Outro ponto interessante destacado pela astrônoma é a sequência entre eclipses da Lua e do Sol. Essa ocorrência acontece devido à inclinação de 5 graus entre o plano de órbita da Lua e o da Terra. “Se não houvesse essa inclinação, teríamos um eclipse solar em cada Lua Nova e um eclipse lunar em cada Lua Cheia”, explica Nascimento. Em seguida ao eclipse lunar de setembro, haverá um eclipse solar anular no dia 2 de outubro, também com transmissão ao vivo.
Os amantes da astronomia poderão, portanto, aproveitar duas grandes oportunidades de observação celeste nas próximas semanas, tanto com o eclipse parcial da Lua quanto com o eclipse anular do Sol.
Fonte: Agência Brasil