Em meio à animação dos blocos carnavalescos pelo Brasil, o último fim de semana antes do Carnaval também teve espaço para o tênis. O ATP 500 Rio Open 2025, maior torneio da América do Sul disputado em quadras de saibro, chegou à sua fase decisiva no icônico Jockey Club Brasileiro, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro.
A reta final da chave de simples trouxe emoção e algumas surpresas. A promessa brasileira, o carioca João Fonseca, ficou pelo caminho, assim como o alemão Alexander Zverev, número dois do mundo. Em um momento curioso do torneio, Zverev tentou acertar uma bolada em um drone do evento, arrancando risos da torcida. No entanto, sua campanha terminou antes do esperado, com eliminação nas quartas de final para o argentino Francisco Comesana (67º no ranking da ATP).
O último argentino na competição foi Sebastian Baez, que brilhou na final ao superar o francês Alexandre Muller com autoridade. Em sets diretos (6/2 e 6/3), Baez garantiu o bicampeonato no saibro carioca, consolidando-se como um dos principais nomes do circuito sul-americano.
Se no desfile das escolas de samba cada detalhe importa, no tênis a precisão é essencial. Essa atenção foi evidente na final de duplas em cadeira de rodas, onde o brasileiro Daniel Rodrigues e o argentino Gustavo Fernandez mostraram sintonia fina. A dupla venceu os espanhóis Daniel Caverzaschi e Martin De La Puente de virada, por 2 sets a 1 (2/6, 6/3 e 11/9), na segunda edição do Wheelchair Tennis Elite.
Na decisão das duplas masculinas, os brasileiros Marcelo Melo e Rafael Matos também brilharam. Com uma estratégia bem definida, Melo se movimentou intensamente na rede para neutralizar as trocas de bola, ponto forte dos adversários espanhóis Pedro Martinez e Jaume Munar. A tática deu certo, e a dupla brasileira venceu por 2 sets a 0 (6/2 e 7/5), conquistando o título diante da empolgada torcida carioca.
Para Marcelo Melo, a conquista teve um sabor especial. Aos 41 anos e prestes a completar 18 anos de carreira atuando exclusivamente em duplas, o mineiro, que já foi número 1 do mundo e campeão de Roland Garros e Wimbledon, celebrou emocionado o título inédito no Brasil. Já Rafael Matos ergueu o troféu do Rio Open pela segunda vez consecutiva, desta vez ao lado de um parceiro brasileiro, já que em 2024 venceu o torneio ao lado do colombiano Nicolás Barrientos.
A solidariedade também teve espaço no torneio. O argentino Juan Martín Del Potro e o brasileiro João Fonseca participaram de um evento especial ao lado de atletas cadeirantes do Brasil e da Argentina. A iniciativa reforçou a importância da inclusão no esporte e emocionou os participantes.
Outro momento marcante do Rio Open 2025 foi a homenagem ao ex-tenista brasileiro Cássio Motta. Ele recebeu uma placa na Quadra Guga Kuerten, entregue por Ricardo Acioly, diretor de relações do torneio, em reconhecimento aos seus feitos na carreira entre 1978 e 1994. Motta chegou a ser o número 4 do mundo em duplas e 48º em simples no ranking da ATP. Ao longo de quase duas décadas, conquistou 10 títulos em 23 finais de duplas e integrou a equipe semifinalista da Copa Davis em 1992. Até o início deste ano, ele era o brasileiro mais jovem a entrar no top 100 da ATP, recorde recentemente superado por João Fonseca, que alcançou a marca aos 18 anos, 5 meses e 6 dias de idade.
No Carnaval e no tênis, ritmo, precisão e dedicação fazem a diferença. O Rio Open 2025 mostrou mais uma vez que o esporte, assim como a festa popular brasileira, é movido por paixão, superação e celebração. Que 2026 traga novos desafios, mais inclusão e ainda mais conquistas para o tênis brasileiro.
Fonte: Agência Brasil