A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, foi agraciada com o Prêmio Campeões da Terra, a mais alta honraria ambiental concedida pela Organização das Nações Unidas (ONU). O anúncio foi realizado nesta terça-feira (10), na sede do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em Nairóbi. A premiação reconhece sua atuação em defesa dos povos indígenas e na preservação da biodiversidade, reforçando seu papel como uma das líderes mais influentes na proteção do planeta.
“Reconhecimentos que valorizem e disseminem o nosso saber são extremamente importantes, como é o caso deste prêmio Campeões da Terra. Agradeço ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente pela premiação e pela parceria nessa trajetória pela preservação da biodiversidade”, declarou Guajajara ao saber da conquista.
Além de Sonia Guajajara, outros cinco líderes globais foram reconhecidos nesta edição do prêmio: Amy Bowers Cordalis, defensora indígena dos Estados Unidos; Gabriel Paun, ambientalista romeno e fundador da ONG Agent Green; Lu Qi, cientista chinês especializado em reflorestamento; Madhav Gadgil, ecologista indiano, e a iniciativa egípcia de agricultura sustentável Sekem. Desde sua criação, em 2005, a premiação já homenageou 122 pessoas e organizações que se destacaram por ações em favor das pessoas e do planeta.
Guajajara destacou que a premiação reforça a responsabilidade indígena com a proteção ambiental e a conscientização sobre a importância da biodiversidade. “Nossos modos de vida são baseados no respeito à Mãe Terra, à natureza e a todos os seres que partilham esse tempo e espaço conosco. Priorizamos os interesses coletivos em relação aos individuais e promovemos o cuidado e a vivência comunitária”, afirmou.
Natural do Maranhão, Sonia Guajajara pertence ao povo Guajajara-Tentehar, da Terra Indígena Arariboia. Ao longo de sua trajetória, ela se consolidou como uma das principais vozes na defesa dos direitos indígenas e ambientais no Brasil. Antes de assumir o Ministério dos Povos Indígenas, liderou organizações como a Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Durante o último governo, Sonia liderou a iniciativa “Jornada Sangue Indígena: Nenhuma Gota a Menos”, que percorreu várias regiões do Brasil e outros 12 países, denunciando os ataques aos direitos indígenas. Sua atuação também inclui participação no Conselho da Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais do Brasil, promovido pelo Pnuma.
Reconhecida internacionalmente, Sonia foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes de 2022 pela revista TIME e apontada pela BBC como uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo em 2023.
O Prêmio Campeões da Terra não apenas celebra sua trajetória, mas também reafirma o papel central dos povos indígenas na luta contra as mudanças climáticas e a destruição ambiental. Guajajara, ao lado dos demais premiados, reforça a importância de unir esforços globais para proteger o planeta.
A ministra segue sendo um exemplo de liderança e resiliência, inspirando iniciativas que promovam o respeito à natureza e a justiça social.
Fonte: Agência Brasil