A vacinação contra a gripe começa na próxima segunda-feira, 7 de abril, em todo o Brasil, com foco em proteger os grupos mais vulneráveis aos efeitos graves da influenza. De acordo com o Ministério da Saúde, a campanha tem como meta imunizar ao menos 90% do público-alvo, o que representa milhões de brasileiros espalhados pelas diferentes regiões do país.
Fazem parte dos grupos prioritários crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas, idosos com 60 anos ou mais, pessoas com comorbidades e condições clínicas especiais, profissionais da saúde, professores, povos indígenas, pessoas em situação de rua e privados de liberdade, além de trabalhadores de setores estratégicos como segurança pública, forças armadas, caminhoneiros e transportadores coletivos.
A vacina aplicada em 2025 protege contra três cepas do vírus influenza: H1N1, H3N2 e tipo B, de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Hemisfério Sul. A proteção oferecida pela imunização, segundo o Ministério da Saúde, pode evitar entre 60% e 70% dos casos graves e mortes causadas pela doença.
No total, o governo federal adquiriu 73,6 milhões de doses para esta campanha. O cronograma de distribuição será dividido em duas fases para atender às especificidades climáticas de cada região do país. No primeiro semestre, cerca de 67,6 milhões de doses serão enviadas para os estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Já no segundo semestre, 5,9 milhões de vacinas serão destinadas à Região Norte, onde o chamado “inverno amazônico” marca o período de maior circulação do vírus.
A pasta explica que a sazonalidade da gripe no Brasil varia de acordo com o clima de cada região. Enquanto no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste os picos de casos acontecem entre abril e junho, no Norte o aumento das ocorrências geralmente ocorre entre setembro e novembro, quando há maior volume de chuvas e umidade. Por isso, a campanha nesses estados ocorrerá em setembro.
A vacina é segura, eficaz e está disponível de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Pode, inclusive, ser aplicada junto com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, como a da Covid-19 e a da febre amarela. No entanto, é contraindicada para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de reações anafiláticas graves após doses anteriores.
No ano passado, a cobertura vacinal entre os grupos prioritários ainda ficou abaixo da meta: 48,89% na Região Norte e 55,19% nas demais regiões. O desempenho acendeu um alerta no Ministério da Saúde, que tem reforçado a importância da adesão à vacinação como forma de proteção individual e coletiva.
“As vacinas são uma das formas mais eficazes de evitar a sobrecarga do sistema de saúde, especialmente durante os períodos de maior circulação de vírus respiratórios”, destaca o ministério. “A influenza e a Covid-19 continuam sendo ameaças à saúde pública, principalmente entre pessoas não vacinadas”, acrescenta a pasta em nota oficial.
Neste ano, o apelo é para que toda a população elegível procure os postos de saúde e incentive familiares e amigos a também se vacinarem. O objetivo é aumentar os índices de cobertura vacinal e proteger, especialmente, aqueles com maior risco de complicações — como idosos e pessoas com doenças crônicas — que podem evoluir para quadros graves, internações e até óbitos.
A campanha é mais uma ação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), reconhecido mundialmente por sua capacidade de mobilização e estrutura de logística. As vacinas serão distribuídas aos municípios, que deverão organizar seus calendários e pontos de aplicação de acordo com as orientações estaduais e o cronograma federal.
Além dos postos de saúde, estados e municípios poderão realizar ações especiais, como mutirões, vacinação em escolas e unidades móveis, principalmente em áreas de difícil acesso ou com baixa adesão. O Ministério da Saúde também estuda campanhas de comunicação mais intensas para combater a desinformação e recuperar a confiança da população nas vacinas.
“A vacinação é um ato de responsabilidade coletiva. Quando uma pessoa se vacina, ela protege a si mesma e contribui para o controle da circulação do vírus em sua comunidade”, conclui a pasta.
Fonte: Agência Brasil